quinta-feira, 29 de março de 2018

Poxa Caio

          Lá estava ele, de joelhos de frente para aquele cafajeste do Xavier. Xavier era um mafioso de merda. Mas a culpa daquilo tudo era de Caio. O meu marido, sempre fazendo merda. Mas agora ele passou dos limites.
          Antes de tudo, Somos mutantes. Eu, Júlia, tenho o poder de jogar fogo pelas mãos, que estão amarradas no momento. Minha melhor amiga, Cíntia, ao meu lado, de joelhos e chorando, prevê o futuro.
          Via em seus olhos algo, como se tivesse aceito, mas ao mesmo tempo mal com isso. Volto minha atenção ao mafioso com a arma apontada na testa do meu estúpido homem..
          - Não, não vou matar você. - Ele abaixa a arma.E sorri sem compaixão, um corpo de ser humano sem alma mundana, mas de um abominável demônio. - Você vai escolher quem das duas vive e morre, senão, mato os três.
          Não disse?
          Eu suspiro. Caio nunca faz nada direito. Depois daqui termino com esse merda. Com certeza vai ficar parado, dizendo para matar ele e  para salvar nós duas. Ele não tem estratégia ou estômago para algo mais audacioso.
          - Mata a Júlia.
          - O que? – eu grito.
          Mas que merda. Meus olhos estão esbugalhados e vidrados nele. É, eu estava escrotamente enganada.
Ele virou o rosto para mim. Chorava. Deu nos ombros e disse:
          - Você disse que ia terminar comigo mesmo.
          Tudo ficou lento. Ele leu meus pensamentos. Que idiota que eu sou. Olhei para o lado, e entendi o porquê da expressão da minha amiga. Ela sabia o que ia acontecer e sabia que o futuro não podia ser evitado e não pôde fazer nada.
          Olhei para frente e não vi quando ele atirou, só a bala vindo e um solavanco na minha testa. Ainda sim, vejo tudo. O mundo parecendo queimar. Como se as ultimas imagens fossem apenas uma foto. E eu pensando, que ia viver  uma aventura e que esse fosse o primeiro capítulo de uma história épica e fictícia.
          Poxa, Caio. Vai se fuder, macho.
          Foi mal, pessoal, mas a minha merda de vida acaba aqui.
          Puff!
          Escuridão!

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